Li há pouco esta matéria da Folha de São Paulo sobre auditorias do Tribunal de Contas da União em universidades federais que encontrou muitos casos de servidores que acumulam empregos irregularmente.
Fiquei com vontade de publicar algum comentário, mas me faltam elementos para compreender, analisar, argumentar. Escrevo então ideias soltas que me ocorrem e peço ajuda dos colegas para a análise.
Sei que o fato tem a ver com transparência, controle e accountability, nossos temas de pesquisa abordados neste Blog. Tem relação com condições de trabalho no serviço público, particularmente nas universidades. Tem a ver com educação e com o desafiador exercício de se praticar aquilo que se professa. Tem a ver com a mania nacional de estabelecer regras e mais regras que não são cumpridas, que sabemos não serão cumpridas, que muitas vezes não fazem sentido, que não são controladas e não geram efeito algum. E continuamos apostando que basta definir uma “boa regra” para que as práticas se transformem. Regras “iguais para todos” que não logram promover justiça, ignorando as particularidades de cada contexto e desestimulando o mérito, a flexibilidade e a responsabilidade das pessoas.
A análise do professor da UnB, Roberto Piscitelli, aponta que “as instituições de ensino superior precisariam investir mais na profissionalização de suas administrações, definir melhor as atribuições de seus mestres e dispor de sistemas apropriados de acompanhamento e avaliação de seu pessoal”.
O que nos remete à accountability que prioriza resultados em lugar de processos.