Categoria: Controle Social
Burocracia e coprodução do controle em debate durante encontro entre pesquisadores do Politeia e auditores da Secretaria da Fazenda
Grupo de pesquisa da Udesc promove evento sobre coprodução na administração pública
Representantes da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz/SC), pós-graduandos e professores da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) participaram na tarde desta quinta-feira, 20, de um evento sobre coprodução na administração pública, realizado no Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), em Florianópolis.
Com o tema “A Burocracia e o desafio da coprodução na Administração Pública: limites e possibilidades”, o encontro foi promovido pelo Mestrado Profissional em Administração da Udesc Esag, por meio das disciplinas de Análise Organizacional e Gestão do Conhecimento, e pelo grupo de pesquisa Politeia – Coprodução do Bem Público: Accountability e Gestão, em parceria com a Diretoria de Auditoria da Sefaz/SC.
A programação incluiu uma série de apresentações, no Auditório do centro de ensino, seguido de debates em grupos em salas de aula.
Projeto Auditoria Cidadã
Um dos objetivos do encontro foi identificar limites e possibilidades associados à consolidação do Projeto Auditoria Cidadã, realizado pela Sefaz/SC, a partir de uma experiência de interação entre os participantes: servidores do órgão estadual, pesquisadores, docentes e alunos do Mestrado Profissional e do Doutorado em Administração da Udesc Esag.
No evento, o Auditoria Cidadã foi apresentado pelo diretor de Auditoria da Sefaz/SC, Augusto Piazza, que falou sobre ações como a inspeção de merendas escolares e dos hospitais públicos do Estado. Ele destacou na ocasião a relevância do encontro para a consolidação do projeto.
Pelo Politeia, a professora Micheline Gaia Hoffmann falou sobre as características e os impactos da burocracia; e os docentes Paula Chies Schommer e Arlindo Carvalho Rocha, junto com os mestrandos Clóvis Renato Squio e Thaís Serpa, também integrantes do Politeia, apresentaram conceitos e casos da coprodução do controle.
Após as apresentações, ocorreram quatro mesas de trabalho simultâneas, em salas de aula, abordando o tema sobre diferentes pontos de vista: do servidor auditor; do usuário cidadão; do gestor auditado; e do gestor institucional.
O evento foi concluído com a apresentação dos resultados dos debates pelos relatores dos grupos.
Assessoria de Comunicação da Udesc Esag
E-mail: comunica.esag@udesc.br
Telefone: (48) 3664-8281
Fotos: Ana Prieto e Gustavo Vaz/Ascom
Mais detalhes e imagens em: http://www.esag.udesc.br/?idNoticia=17838
Controle Social: como atuar e por onde começar?
Por Jaime Luiz Klein*
Mais vigilância, menos medo?
“We need to be more vigilant, but we cannot live in fear.”
Esta frase do Ministro do Interior da Alemanha, no texto da BBC News – Merkel and the days of terror, por Gavin Hewitt – tem a ver com o que penso sobre controle e accountability, em geral.
Oitava edição do Seminário Catarinense de Transparência e Controle Social acontece em Florianópolis nos dias 06 e 07 de Julho
Manifesto divulgado pela fonte anônima da investigação The Panama Papers traz importantes alertas relativos ao atual sistema econômico e político
A fonte anônima que deu origem à investigação jornalística denominada The Panama Papers divulgou no dia 06 de Maio um manifesto contendo importantes alertas sobre o sistema econômico e político atual.
Sob o pseudônimo John Doe (João Ninguém), o autor se baseia em seu conhecimento sobre como opera a firma de advocacia panamenha Mossack Fonseca para mostrar como são gerados e aprofundados os desequilíbrios de poder na atualidade.
Entre os diversos fatores que sustentam a corrupção, a sonegação e outros crimes estão: a falta de transparência (sobre quem são os beneficiários das empresas offshore e como opera o sistema do qual estas são parte); a fragilidade dos mecanismos de controle governamentais (os checks and balances das democracias contemporâneas); a fragilidade da imprensa em seu papel de investigação e difusão; a manipulação de leis em diversos países (especialmente por meio da criação de paraísos fiscais); as conexões entre campanhas eleitorais e grandes doadores e; a atuação dos advogados (que se protegem por meio de uma linguagem impenetrável e antidemocrática – o “juridiquês” – e do corporativismo, controlados apenas pelos pares).
Não me parece exatamente uma crítica ao capitalismo – o autor diz que o que ainda chamamos de capitalismo está se tornando um sistema de escravidão – antes um alerta para a erosão de princípios fundamentais para o próprio capitalismo. Um chamado à reflexão e à ação para que sejamos capazes de reagir às desigualdades de renda e de poder que se aprofundam e se modificam na contemporaneidade.
Adotando uma perspectiva sistêmica e valorizando a capacidade de cada indivíduo para atuar em diferentes partes do sistema, diz o autor em um trecho do manifesto: “Democratic governance depends upon responsible individuals throughout the entire system who understand and uphold the law, not who understand and exploit it.” (O sistema democrático depende de indivíduos responsáveis, espalhados por todo o sistema, que entendam e defendam a lei, não que a entendam para melhor explorá-la [em benefício próprio]).
Como fator central para os avanços que podemos alcançar a partir dos desvios relevados (com veemência e riqueza de detalhes) pelos Panama Papers: a informação e o que seremos capazes de fazer com ela.
Para ler o manifesto completo:
– na versão em inglês – website The Panama Papers, no site do ICIJ – The International Consortium of Investigative Journalists
– na versão em português – Blog do Fernando Rodrigues, jornalista brasileiro membro do ICIJ e da equipe envolvida na série investigativa The Panama Papers
Mapa das Organizações da Sociedade Civil é criado por decreto federal
Fonte: Secretaria de Governo da Presidência da República |
29/04/2016 11:18
Decreto cria o Mapa das Organizações da Sociedade Civil
Texto assinado pela presidenta Dilma Rousseff também regulamenta o Marco Regulatório das OSCs
A presidenta Dilma Rousseff assinou, durante a 12ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, realizada nesta quarta-feira (27), o Decreto nº 8.726/2016 que regulamenta a Lei 13.019/2014, conhecida como Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC). A lei trata de parcerias entre o Estado e as organizações da sociedade civil (OSCs) e está em vigor desde 23 de janeiro para a União, o Distrito Federal e os estados. Para os municípios, a lei entrará em vigor em 1° de janeiro de 2017.
Para cumprir as obrigações de transparência do MROSC e da Lei de Acesso à Informação, o decreto cria também o Mapa das Organizações da Sociedade Civil, que tem por finalidade reunir e divulgar informações sobre as organizações da sociedade civil e as parcerias celebradas com a administração pública federal, a partir de bases de dados públicos. Não se trata de um cadastro geral de OSCs, mas um repositório de informações para prover transparência, que se soma à intenção de desburocratizar e simplificar as relações de parceria entre Estado e organizações da sociedade civil.
A plataforma, desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), oferece uma ferramenta georreferenciada que oferta informações atualizadas sobre as organizações da sociedade civil no Brasil e suas parcerias com o governo federal. O principal objetivo dessa plataforma virtual é fortalecer as relações de parceria e gerar mais conhecimentos sobre o universo das organizações do país, apresentando os dados de forma simples, compreensível e acessível ao público em geral.
Entre as novidades disponibilizadas à população está a possibilidade de acessar os dados das parcerias entre as OSCs e o governo federal, registradas no Sistema de Convênios e Contratos de Repasse (Siconv), com atualização diária.
Em alguns dias o Mapa disponibilizará uma funcionalidade que permitirá às OSCs alimentarem páginas individuais com informações institucionais, dados do público-alvo, das ações desenvolvidas, das áreas de atuação, que, somadas às informações oficiais já disponibilizadas, vão qualificar muito os dados ofertados aos internautas e o conhecimento da população sobre a diversidade das OSCs do país. A colaboração das OSCs na inserção desses dados, além de estimular a autonomia das organizações na qualificação do seu perfil, visa constituir o Mapa como uma ferramenta “viva”, colaborativa e sempre atual, aproximando as organizações do cidadão, público final de suas ações, fortalecendo a prática da transparência ativa na administração pública federal e ampliando o conhecimento sobre o universo das OSCs.
O Mapa foi construído por meio da integração de bases de dados de diversos órgãos federais, entre os quais estão: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Siconv), Ministério do Trabalho (Rais), Ministério da Justiça (Oscip), Ministério da Educação (Cebas), Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (Censo Suas/Base Cebas), Ministério da Saúde (Cebas), Ministério do Meio Ambiente (CNEA), Ministério da Cultura (SalicWeb), Ministério das Cidades (MCMV-E) e Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Novas bases de dados continuam a ser integradas.
Após o cruzamento das informações, chegou-se ao número de 323 mil OSCs existentes no Brasil. Dessas, 45 mil estabeleceram algum tipo de parceria com o governo federal. Essas parcerias não envolvem, necessariamente, transferência de recursos. Podem ser por meio de participação em conselhos de direitos e políticas públicas ou outorga de título e certificações, por exemplo.
Acesse o Mapa das Organizações da Sociedade Civil
Fonte: Secretaria de Governo da Presidência da República